Redactores: André & Rita


Santa Margarida
8100-033 Alte


sábado, 23 de fevereiro de 2008

Alte

«A partir de Silves continue na direcção de nascente, a caminho de São Bartolomeu de Messines, que já foi uma importante localidade de comércio, quando era o ponto onde se cruzavam as vias norte-sul e este-oeste, e chegará a Alte, uma das capitais mouras do Algarve. Faça uma pausa apenas para seguir as placas que indicam o caminho para a Rocha da Pena, uma área de grande interesse histórico e ambiental. Há um trilho com cinco quilómetros de extensão que circunda o local e que é um verdadeiro deleite para os amantes da geologia, da flora e da fauna. Na Rocha da Pena existem mais de 390 espécies diferentes de plantas, muitas das quais utilizadas nas tradicionais mezinhas à base de ervas.
Com um pouco de sorte poderá avistar uma águia de bonelli, um bufo real, uma gineta ou um saca-rabos. Estará a 497 metros de altura e a mais de 30 quilómetros da costa, embora daqui o mar seja claramente visível em dias ensolarados e sem neblinas.
Alte é uma das aldeias mais belas da Serra. Siga as placas até ao centro da localidade para ficar a conhecer a terra e depois descubra os serviços de turismo, instalados numa pequena casa algarvia escondida por uma árvore enorme. Perto situa-se o restaurante A Ponte, onde se pode aparcar com facilidade e apreciar uma saborosa refeição preparada na altura, enquanto se admira o vale. Deixe o carro e dê uma volta por Alte para descobrir os seus tesouros. A igreja é dedicada a Nossa Senhora da Assunção e foi construída para assinalar o regresso, são e salvo, de Garcia Mendes de Ribadeneyra, segundo Conde de Alte, da 8.ª Cruzada, no século XIII.
É interessante notar que a igrejinha era considerada capela particular, não caindo, assim, sob a alçada nem do Bispo de Silves nem da Ordem Militar de Santiago, os administradores das igrejas de Loulé. Foi apenas em 1554 que a Ordem Militar de Santiago reconheceu a capela como igreja matriz de Alte. A igreja é uma mescla de estilos arquitectónicos, do manuelino ao barroco, que incluem restauros efectuados depois do grande terramoto de 1755. Para uma terra tão pequena a igreja é excepcional, com uma grande riqueza de azulejaria e de outros detalhes.
Alte tem sido, tradicionalmente, um centro para o esparto, uma erva que cresce espontaneamente nos arredores da aldeia e cujas folhas verdes são utilizadas para trabalhos de tecelagem. As folhas costumavam ser postas de molho no rio e depois pisadas para obter as fibras. Este trabalho era feito nas ruas da aldeia, em especial na Rua dos Pisadoiros. Seguidamente as mulheres fiavam essas fibras, deixando-as prontas para o fabrico de cordas, tapetes e cestaria. Os outros produtos locais são semelhantes aos que se encontram na região - mel, aguardente de medronho, queijos, doces e trabalhos de artesanato em madeira e cerâmica.
A Fonte Pequena é dedicada a um famoso poeta da aldeia, Cândido Guerreiro: um espaço encantador com árvores e arbustos, um tributo apropriado a um poeta inspirado.»
(Fonte: Rotas e Destinos)