Redactores: André & Rita


Santa Margarida
8100-033 Alte


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pólo Museológico de Alte

«A obra e o espólio pessoal do poeta Cândido Guerreiro serão a base do novo Pólo Museológico Cândido Guerreiro e Condes de Alte, que será hoje inaugurado na terra que o viu nascer.
Todo o espólio do autor algarvio, incluindo a sua biblioteca pessoal, correspondência e textos originais, poderá ser conhecido neste equipamento cultural da aldeia de Alte, no interior do concelho de Loulé.
Ao mesmo tempo, o pólo vai também divulgar a história dos Condes de Alte, família histórica desta aldeia e cuja casa foi recuperada para acolher o novo espaço cultural.
A recuperação e ampliação deste edifício teve em conta a sua carga histórica e houve o cuidado de manter a traça original, apesar de terem sido incluídos alguns elementos mais modernos.
Segundo o chefe da Divisão de Cultura e História Local da Câmara de Loulé Luís Guerreiro, a criação deste pólo pretende não só divulgar aos visitantes a obra de Cândido Guerreiro, a sua vida e a história da família dos Condes de Alte, mas também ser um elemento cultural dinamizador desta aldeia.
«Vamos promover várias actividades, que estão actualmente a ser pensadas. Todas as semanas, haverá um dia em que o Pólo estará aberto até à meia-noite, para permitir que aqui sejam realizados eventos dirigidos à população local», revelou Luís Guerreiro. «Queremos que este seja um espaço vivo e com dinâmica, onde os habitantes se revejam», resumiu.
Hoje, às 17h30, além da inauguração do novo espaço cultural, será lançada uma mostra sobre a vida e obra de Cândido Guerreiro, que se juntará à exposição permanente com o seu espólio.
No futuro, serão promovidas outras mostras temporárias, «nas áreas da música, dança, traje, teatro popular e iconografia rural, com elementos recolhidos pelo Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alte, ao longo de mais de 60 anos da sua existência», segundo a Câmara de Loulé.
«Cândido Guerreiro é considerado um dos maiores poetas portugueses da primeira metade do século XX. As suas obras, hoje em dia, estão todas praticamente esgotadas. Quem quiser conhecer a sua obra tem dificuldade em comprar livros, que já só se encontram em alfarrabistas», revelou Luís Guerreiro.
Assim, acredita, «é urgente reeditar» os livros do poeta algarvio e este novo pólo museológico «pode ter esse papel». Um papel que terá certamente é o de dar a conhecer a obra do poeta, bem como uma visão sobre quem era o homem por detrás da caneta.
No novo museu estará exposta, por exemplo, uma carta de Aristides Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus que salvou dezenas de milhar de judeus do Holocausto, na II Guerra Mundial, bem como edições com dedicatórias de autores como Teófilo Braga e Manuel Teixeira Gomes, entre outros.
E o novo pólo museológico louletano até vai receber uma ajuda de uma entidade sedeada numa freguesia vizinha, na divulgação da vida e obra deste poeta, já que a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, de Querença, prepara-se «para lançar uma fotobiografia de Cândido Guerreiro».
Outra vertente deste espaço cultural é a da história dos Condes de Alte, que está intimamente ligada à aldeia. Esta foi uma família de diplomatas, alguns dos quais ocuparam lugares de destaque, nomeadamente como embaixadores de Portugal.
A recuperação da casa dos Condes de Alte e a sua transformação em Pólo Museológico foi uma iniciativa da Câmara de Loulé e custou cerca de 400 mil euros.»
Fonte: Barlavento Online, 30-4-2009.